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segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Cálice quebrado


Depois de um tempo resolvi dar uma olhada na grande estante com meus cálices de cristal. Ao abrir o armário, percebi que a taça mais bela e mais cara estava estilhaçada e eu havia esquecido por costume.

Lembrei-me de quando a senti sendo quebrada, de quando ouvi o enorme barulho que ela fez ao cair, e lembrei do quanto pareceu lento o tempo em que os estilhaços caiam no chão e no ar me cortavam.
Mas por lá ficou, eu fechei a porta do armário e não voltei mais. Tranquei a porta e prometi que não voltaria para cuidar das taças como fazia sempre, nem deixaria que ninguém fosse limpa-las, muito menos daria a chance de mais uma ser quebrada.


Vendo que ela ainda permanecia lá entre as outras lindas taças, arranhando as que estavam ao lado, pensei que estava na hora de me desfazer daquele cálice quebrado, pois jamais eu o usaria de novo, tão pouco ofereceria a uma visita uma bebida em um cálice quebrado. Eu precisava jogar o cálice mais lindo que eu tinha no lixo, e jogar no lixo com todo cuidado para não machucar ninguém também. E começar a dar mais atenção talvez para outros cálices oferecendo eles as visitas.
Talvez ainda desse para colocar um dedo de bebida do resto que sobrou, mas ainda assim vazaria.

Bom... alguem poderia me dizer...Até onde vai o limite da tolerância do erro? Se sempre perdoamos os erros, quando é que vão perceber que esses erros são graves?
Não ter expectativas em ninguém é algo muito obvio... Não gostaria que fosse minha filosofia de vida, é muito triste, mas é também lógico.
Vai saber...

Mas...
O que fazer com os cacos?
Poderia um cristal quebrado virar mosaico?



Estou com meu cristal na mão, enrolado num jornal com cuidado para ninguém se machucar. E sem saber se ele vai para o lixo ou se corro o risco de me cortar toda para desmistificá-lo em um belo mosaico.

E que espaço de mim sobrou para mais cortes?

4 comentários:

Garotinha Jê disse...

Lindo o texto!
Penso muito sobre essa coisa de perdoar erros...
Mas esse é um assunto para outras conversas!

vou aparecer sempre!
:)
beijos!

F.Z. disse...

Hmmm.

FINALMENTE vou escrever.
Oras oras.

Bem, pra começar o texto ficou *muito* bom.
É uma alegoria e tanto.
Mas também pode ser tão bem visto como uma mera crônica.
E isso depende do gosto do freguês.

Certo.
Vamos começar.

E para começar eu já começo começando.
Discordo que essa tal história de 'confiança' os cristais possam ser usados como o objeto certo ( ao menos pra mim, claro ).
A única coisa que quero deixar claro, é que cristais são muito frágeis e intolerantes ( leia-se imutáveis, ou não dinâmicos ) para serem considerados como confiança ...

Haha.
Uma vez eu li sobre "um frankstein-conceitológico" ( eu não lembro o nome e nem muito menos sei se essa palavra existe .. ). E acho que um pouquinho de cá, um pouquinho de lá, e a gente é capaz de conhecer o que - e quem - aparece a nossa frente.
Quem sou eu pra não pregar a intolerância?
Somente acho que, as vezes, você vai aprendendo com o que nos é imposto.
Agora, voltando ao tal frankstein, o ponto é exclusivamente o seguinte: Por quê não moldar confianças baseadas naqueles pontos que se tem?
Talvez, se você acha que vale a pena, claro, o fato de uma relação ( de confiança, ou que quer que seja ) mais híbrida dá mais chances de escolha, possibilidades e no fim de tudo (re)conhecimento.

Humanos são humanos, e talvez deveria-se ler - Humanos GOSTAM de ser humanos [ de 'ser' humanos? Haha. Isso ficou ambíguo, por bem ou por mal ] com todos seus erros e incompatibilidades.

Tá, como você sabe, eu nem imaginava o que ia falar, mas uma coisa leva a outra, e eu, mais uma vez, acabo deixando tudo fluir.

Pode fazer algum sentido, ou sentido nenhum, mas eu adorei o texto e talvez - e muito mais provável - só quiz apresentar um outro ponto pra poder expandir a visão sobre isso.

Espero por mais desses!
;]

Bull disse...

Somos cheios de cristaizinhos dentro de nós. Todos muito bonitos e delicados. Por serem por demais sensíveis eles quebram, por não termos cuidado ou por não terem cuidado ... acontece ... o que não podemos é fechar o armário e num ato egoísta e pq não dizer masoquista impedir que as luzes dos seus cristais não brilhem com a luz do novo dia que nasce.
Beijo Ana!
http://mundo_confuso.blig.ig.com.br

Unknown disse...

eu vou tentar!!!

adorei o texo Ana